Uma carga de trabalhos porque foram abandonados aspectos fundamentais da Metodologia de RVCC baseada no Balanço de Competências
As vertentes formativas do Programa Novas Oportunidades baseadas em cursos de educação-formação, sejam de longa ou de curta duração, pouca relevância têm para o assunto agora na ribalta motivado pela utilização de “trabalhos plagiados” nos processos de certificação escolar que viabilizam equivalências aos níveis conclusivos dos ensinos básico e secundário.
Naquele âmbito o problema pode ser e será certamente idêntico ao existente nas diversas actividades lectivas, no ensino público ou privado, na formação profissional e até no ensino superior, sabendo-se que a questão dos plágios cresceu com a disponibilização de forma crescente na Internet de trabalhos científicos, artigos, manuais, publicações e até produções colectivas resultantes de trabalhos de grupo.
A questão é que o tema foi colocado num quadro muito específico, metodológico e técnico, do Programa Novas Oportunidades, que se denomina RVCC ou seja Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências. Neste domínio de actuação, no plano científico, ou seja nas metodologias, técnicas e instrumentos utilizáveis no processo NÃO HÁ LUGAR, NEM SÃO ACEITÁVEIS TRABALHOS, nos termos habituais das metodologias de ensino dominantes. Esta é a questão central. Trata-se de um processo de RECONHECIMENTO E VALIDAÇÃO de competências desenvolvidas ao longo da vida profissional, social e pessoal. As competências desenvolvidas, capital do sujeito que desenvolve o processo de RVCC, estão consolidadas na sua estruturação essencial. O processo de RVCC consiste em apoiar o adulto na pesquisa, A PARTIR DAS SUAS EXPERIÊNCIAS ANTERIORES, das componentes sistémicas da competência (conhecimento, aptidões e atitudes) nas situações que viveu e apoiá-lo na sua verbalização ou comunicação organizada e sistematizada. Por isso, a existirem peças escritas, nos processos de RVCC, elas remetem sempre para a EXPERIÊNCIA ESPECÍFICA DAQUELE ADULTO que está a desenvolver um processo peculiar e singular.
Em nenhum processo RVCC pode ser admitido quaisquer trabalhos genéricos e a falar-se de uma AUDITORIA a estes processos, deve ser neste sentido e não numa abordagem mais ou menos policial sobre plágios.
Dar uma nova oportunidade ao Programa Novas Oportunidades significa DEFENDER O SISTEMA RVCC contra as suas adulterações inaceitáveis e repor a sua integridade metodológica e técnica, um verdadeiro contributo de Portugal para a inovação social e para as novas abordagens às questões da qualificações e do desenvolvimento social.
Carlos Ribeiro
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Representante da ANOP na AEEA – Associação Europeia para a Educação de Adultos
Membro do Conselho de Administração da FECBOP – Federação Europeia dos Centros de Balanço de Competências e Orientação Profissional
Correspondente INFONET – Rede Europeia de Informação para a Educação de Adultos
Presidente da ANOP – entidade fundadora do sistema RVCC em Portugal (com outros 5 centros) tendo certificado o primeiro adulto português no nível básica e o primeiro adulto com o nível secundário.
Subscritor da Carta Aberta em Defesa do RVCC em 2006