2015/05/12

O CONTRABANDO....DOS NEO-EMPREENDEDORES SOCIAIS

Lia hoje num blogue informação sobre investimento social http://cristinapaulabaptista.blogspot.pt/2015/05/7-quais-os-instrumentos-do-investimento.html mais especificamente sobre os instrumentos disponíveis para os empreendedores sociais quando, no corpo do texto, fui confrontado com a afirmação que segue:
"Os bancos de investimento só agora acordaram para o potencial impacto da oferta de TIS nas suas carteiras de investimento. O Goldman Sachs investiu recentemente cerca de 10 milhões de dólares num TIS para ajudar a financiar um programa na cidade de Nova York. A iniciativa, que é uma parceria entre a cidade de Nova York, Bloomberg Philanthropies e MDRC, um provedor de serviços sociais, vai financiar um programa para adolescentes, que tem em vista a reduzir a taxa de reincidência de adolescentes detidos na penitenciária de Rikers Island"
Ora aqui está. Os neo-empreendedores sociais, os tais dos bootcamps, do empreendedorismo pela motivação, das plataformas aldabronas como "vamos mudar o mundo" em inglês, porque o verdadeiro empreendedor social diz sempre qualquer coisa em inglês "We can change the  world" é outra loica! , afinal dão cobertura às operações da GOLDMAN SACHS, o maior vampiro do capital financeiro à escala global que coloca países na miséria absoluta e povos em situ
ação de fome e desespero total face ao futuro. Este banco de escala global  é aqui considerado como uma referência (altruista...a par da Bloomberg philanthropics...que dupla ) de apoio aos empreendedores sociais.
Pois bem, está na hora de exigir clarificação.
Quem vier agora com a conversa do empreendedorismo social tem que definir posições face às causas da miséria do mundo. Esta abordagem puritana do "Bem Comum" passando ao lado dos causadores dos problemas graves que os povos atravessam, não é mais admissível.
Empreender vá que na vá...social..também...agora convinha é que não fosse cortina de fumo e forma de responsabilização dos próprias populações pela miséria criada por mecanismos perfeitamente programados e organizados: a liberalização do sistema financeiro visando o domínio do capital financeiro a nível global, a mundialização desregulada que esmaga os mais fracos, o agravamento estrutural das desigualdades e a liquidação do Estado Social e o hiperprodutivismo como fuga para a frente de um sistema insustentável no plano económico, social e ambiental.
Carlos Ribeiro
12 de Maio 2015