Lia hoje num blogue informação sobre investimento social http://cristinapaulabaptista.blogspot.pt/2015/05/7-quais-os-instrumentos-do-investimento.html
mais especificamente sobre os instrumentos disponíveis para os
empreendedores sociais quando, no corpo do texto, fui confrontado com a
afirmação que segue:
"Os bancos de investimento só agora
acordaram para o potencial impacto da oferta de TIS nas suas carteiras
de investimento. O Goldman Sachs investiu recentemente cerca de 10
milhões de dólares num TIS para ajudar a financiar um programa na cidade
de Nova York. A iniciativa, que é uma parceria entre a cidade de Nova
York, Bloomberg Philanthropies e MDRC, um provedor de serviços sociais,
vai financiar um programa para adolescentes, que tem em vista a reduzir a
taxa de reincidência de adolescentes detidos na penitenciária de Rikers
Island"
Ora aqui está. Os neo-empreendedores sociais, os tais
dos bootcamps, do empreendedorismo pela motivação, das plataformas
aldabronas como "vamos mudar o mundo" em inglês, porque o verdadeiro
empreendedor social diz sempre qualquer coisa em inglês "We can change
the world" é outra loica! , afinal dão cobertura às operações da
GOLDMAN SACHS, o maior vampiro do capital financeiro à escala global que
coloca países na miséria absoluta e povos em situ
ação de fome e
desespero total face ao futuro. Este banco de escala global é aqui
considerado como uma referência (altruista...a par da Bloomberg
philanthropics...que dupla ) de apoio aos empreendedores sociais.
Pois bem, está na hora de exigir clarificação.
Quem
vier agora com a conversa do empreendedorismo social tem que definir
posições face às causas da miséria do mundo. Esta abordagem puritana do
"Bem Comum" passando ao lado dos causadores dos problemas graves que os
povos atravessam, não é mais admissível.
Empreender vá que na
vá...social..também...agora convinha é que não fosse cortina de fumo e
forma de responsabilização dos próprias populações pela miséria criada
por mecanismos perfeitamente programados e organizados: a liberalização
do sistema financeiro visando o domínio do capital financeiro a nível
global, a mundialização desregulada que esmaga os mais fracos, o
agravamento estrutural das desigualdades e a liquidação do Estado Social
e o hiperprodutivismo como fuga para a frente de um sistema
insustentável no plano económico, social e ambiental.
Carlos Ribeiro
12 de Maio 2015