António Silva Mendes é Director da Educação e Formação
Profissional na Direcção Geral (DG) da Educação & Cultura da Comissão
Europeia. Veio a Lisboa por ocasião do evento Culture for All e respondeu na
ocasião a algumas perguntas da
INFONET que quis saber mais sobre o Erasmus+.
Na sessão pública realizada na
Universidade Lusíada sita na capital portuguesa Silva Mendes antecedeu vários
oradores que estabeleceram uma relação virtuosa entre criatividade e
empregabilidade. Esta abordagem optimista dominante foi no entanto contrariada por alguns alertas sobre as
metas demasiado optimistas para a quantidade de mobilidades dos estudantes
europeus a serem concretizadas e
ainda para uma excessiva mercantilização da cultura (abandono da perspectiva
humanista) e para uma visão marcadamente economicista na utilização do conceito
de “indústria criativa”.
Procurámos junto de António Silva
Mendes uma explicação mais fina para o contexto da sua intervenção em Lisboa e
obtivemos o esclarecimento
possível atendendo ao facto do Programa Erasmus+ ainda se encontrar numa fase
de consolidação, estando no entanto prevista para breve, a sua plena
divulgação.
1.
O facto da apresentação das orientações para a aprendizagem ao
longo da vida para o período de programação 2014-2020 ter sido realizada no
quadro de uma conferência dominada pelos temas da criatividade e da inovação,
poderá significar uma maior valorização, no futuro próximo, de uma educação de
adultos a nível europeu, menos escolarizada, mais informal e mais focada nas
competências -chave para uma empregabilidade muito imediata dos adultos?
ASM
- A criatividade e a inovação são pontos fulcrais da "European Agenda for
Adult Learning". Estas ferramentas são portanto consideradas fundamentais
para a melhoria da empregabilidade de adultos com poucas habilitações. O ensino
informal e não-formal é visto como a melhor forma de gerar motivação na
aprendizagem, desenvolver a criatividade e criar competências na área da
cidadania ativa. Estas atividades são assim elementos fundamentais do atual
"Liflelong Learning Programme".
No entanto, preciso de realçar que
relativamente ao conteúdo do programa "Erasmus +" este ainda não foi
finalizado. Assim sendo, seria prematuro de minha parte entrar em pormenor
sobre o Programa. Peço que se mantenham a par dos desenvolvimentos no nosso
web-site, pois assim que o Programa estiver operacional os conteúdos serão de
imediato colocados no mesmo.
2. Nos programas
de aprendizagem ao longo da vida é dada particular importância à dimensão
"cidadania ativa" como fator de coesão e de solidificação do projeto
europeu. Face às tensões emergentes entre países do norte e do sul, estarão
pensadas medidas excecionais para prevenir e evitar essas brechas
indesejáveis e consequentemente reforçar dotações orçamentais para esse efeito?
AMS
- O programa "Erasmus +" irá desenvolver projetos que visam criar
maneiras práticas para que cidadãos europeus possam colaborar entre si. O
resultado são fortes parecerias entre indivíduos de diferentes nacionalidades,
o Programa serve portanto para criar uma espécie cidadania ativa europeia. Devo
acrescentar porém que a cidadania e as democracias ativas e
participativas necessitam que os seus cidadãos tenham habilitações básicas nas
áreas de literacia, competências numéricas e informáticas - estas aptidões são
portanto prioritárias no desenvolvimento da nossa política de ensino junto dos
Estados-Membros.
Encontra-se pois em aberto, nas palavras do Director da Educação
e Formação Profissional António Silva Mendes, todo o potencial de cooperação e
interacção entre cidadãos europeus nos próximos anos com o apoio do futuro
programa Erasmus+.
Carlos
Ribeiro
Editorial
Board
Portugal –
Correspondent