(Carlos Ribeiro | artigo para INFONET | 5 de Dezembro de 2013)
Espera-se mais impacto das acções quer nos diversos sectores
de actividade quer nos territórios
e um forte incremento da qualidade das candidaturas e dos projectos que serão apresentados
pelas entidades beneficiárias. Por impacto entende-se sobretudo a existência de
reais efeitos nas organizações e nas pessoas que serão envolvidas nos projectos
fazendo das iniciativas financiadas pelos fundos do Erasmus+ reais alavancas
para mudanças concretas e práticas nos modos de funcionamento e nas estratégias
de actuação com os públicos-alvo.
Maior ligação entre
as diversas frentes de actividade
É notória a preocupação em integrar e articular o que se
encontrava disperso no Programa anterior. Uma das exigências nesta nova versão prende-se
com a maior ligação entre as aprendizagens formais, informais e não – formais.
Neste quadro a integração das vertentes juventude e desporto nos processos
globais da aprendizagem ao longo da vida sinaliza claramente uma intenção de
flexibilizar no plano metodológico e ao mesmo tempo combinar politicas públicas
que tradicionalmente se encontram excessivamente segmentadas por lógicas etárias.
Da mesma forma a prioridade para as parcerias, no passado
referidas como de aprendizagem e
agora denominadas estratégicas, consiste em assegurar para alem dos
intercâmbios e as trocas de experiências uma real construção da Europa do
Conhecimento através da resolução de problemas comuns em plataformas
transnacionais, potenciando o conhecimento adquirido colectivamente.
Dois objectivos
centrais na educação
Existem duas preocupações que estão na base da definição dos
objectivos operacionais relacionados com o ensino superior e com o abandono
escolar. No primeiro caso o insucesso nas aprendizagens de um elevado número de
alunos e no segundo, a taxa demasiado elevada dos que saem do sistema de
educação e de formação profissional de forma precoce. A meta na União Europeia
para 2020 consiste em reduzir os actuais 14% de abandono para 10%. Neste
domínio específico referem as orientações disponíveis que não será
necessariamente através de um projecto na escola que melhor se cumprirão
objectivos estabelecidos. Admite-se numa abordagem mais global e integrada que
o envolvimento das comunidades locais será determinante para ajudar a fixar ou
a promover o regresso dos jovens à escola.
O fim das candidaturas individuais
Na arquitectura actual do Programa deixa de constar a
possibilidade de pessoas singulares apresentarem o seu projecto individual de
aprendizagem e de desenvolvimento
de novas competências, concorrendo para o efeito a apoios para
frequência de cursos ou outras acções de âmbito europeu. Esta vertente do
programa anterior, popular ao
ponto de ser a mais concorrida de todas as medidas em vigor, terá que ser
concretizada no futuro em bases colectivas e no âmbito da organização de
pertença. Esta por sua vez deverá integrar estas acções numa estratégia de
reforço das competências internas dos diversos membros do staff, devendo mesmo
fundamentar a finalidade prosseguida com um Plano de Desenvolvimento Europeu
que passará a ser um requisito das candidaturas de âmbito mais estratégico.